Cuidados no Shibari

Toda e qualquer prática exige conhecimentos prévios para amenizar seus riscos. Com o Shibari não é diferente.
As cordas envolvem o corpo da pessoa, consideravelmente tensionadas, causando pressão em áreas que podem oferecer risco aos desavisados.

É importante conhecer sobre anatomia e investir algum tempo estudando sobre, para que a prática aconteça de forma mais segura, evitando riscos de danos temporários ou até mesmo permantentes.

De forma geral, deve-se observar e evitar áreas como articulações em geral, pescoço, costelas e virilha.
Existem mapas corpóreos disponíveis online mostrando por onde passam nervos importantes que devem ser evitados, fiz uma seleção de alguns que considerei pertinentes e deixarei aqui para vocês, acredito que seja mais eficiente visualizar em ilustrações.

nerves-os

Disponível em: https://rvarope.com/lesson/circulation-and-nerves/

Mesmo se atentando a tudo isso e passando as cordas e pontos de pressão nos lugares corretos, ainda pode acontecer de durante a sessão, com os movimentos do bottom durante o desenrolar da prática, as cordas se moverem e passarem a pressionar onde não deve.
É recomendado monitorar o bottom constantemente, não deixa-lo sozinho enquanto imóvel, observar a coloração da pele por conta da circulação, bem como observar a força das mãos da pessoa, pedindo para que aperte a sua, faça movimentos como o sinal de “joinha” (dedos fechados e polegar erguido), etc. Desta forma você consegue ter uma maior segurança de que tudo continua correndo bem.

Determinadas áreas das mãos refletem determinadas áreas dos braços que não deveriam receber tensão das cordas. Observar a sensibilidade das suas respectivas áreas nas mãos podem ajudar a encontrar qual corda está mal posicionada.

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Disponível em: http://www.frozenmeursault.com/nerve-injury-reference-card/

Para finalizar, encontrei ainda um PDF, tendo sua versão em português, com mais informações quanto a definição dos músculos, dicas, mapas e cuidados pós sessão.

segurança no shibari

Disponível também em outros idiomas em: https://www.placedescordes.com/flyer-prevention-nerfs

Em casos mais sérios, onde é preciso soltar a pessoa de forma rápida, seja por queda de pressão ou problemas de tensão das cordas, pode ser necessário cortar as cordas a fim de sanar o problema o quanto antes.
Aconselha-se ter sempre em mãos uma tesoura ortopédica (ponta romba), sem ponta e específica para cortar coisas muito próximas à pele, sem colocar o corpo da pessoa em perigo de cortes ou perfurações.

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Tesoura ortopédica

Lembrando que essas informações são parte de um processo de conhecimento e estudos e não deve se resumir a isso. Antes de praticar, procure mais informações, pesquise mais. Textos como esse não substituem conhecimento prático nem cursos específicos e/ou workshops, onde os interessados poderão ter uma gama maior de entendimento, vendo demonstrações práticas e podendo tirar dúvidas pertinentes.
A intenção deste texto é auxiliar em parte desse longo caminho de estudos.

 

3 comentários sobre “Cuidados no Shibari

  1. Oi, tudo bem? Comprei uma corda de cânhamo em uma loja de materiais porém ela está cheia de fiapos e não tão magia como gostaria, o que posso fazer para deixá-la melhor?

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    • Tem certeza que é de cânhamo?
      Não se encontra cordas de cânhamo no Brasil, por ser feita com a fibra da cannabis que é proibida aqui.
      Precisa dar uma olhada com quem vendeu se tem a informação da presença de JBO (cordas de juta industriais sempre tem, cânhamo eu não dei) que é tóxica e cancerígena… Se tiver, não use para contato com o corpo.
      No mais, o processo é o tratamento em si, precisa queimar a corda (passar ela inteira, parte por parte, em uma chama, para queimar os fiapos) e em seguida hidratar (para preservar a resistência dela e vida útil) com uma cera específica de tratamento.
      Eu produzo cordas, ceras e outros acessórios BDSM. Caso queira dar uma olhadinha http://www.gingertoys.com.br

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